Contagem decrescente

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Quem sou eu?

Não é fácil falarmos de nós próprios. Olhar para dentro da nossa alma pressupõe uma atitude de afastamento prévio, de distanciamento do eu interior. Procurei, através do site quizzfarm.com, encontrar respostas a algumas questões que eu próprio não conseguiria colocar, por ter dificuldades na concretização desse distanciamento (tenho algumas dificuldades em distanciar-me de mim próprio quando estou sóbrio). Seguem-se algumas das respostas mais relevantes a que cheguei após a realização de alguns testes do referido site.

- A que grupo pertenço?
> Rocker, mosher; gótico; chavalo, urbano, arruaceiro, delinquente.

- Para que desportos fui feito?
> Futebol (soccer), golfe, atletismo, futebol americano / rugby (football).

- Que tipo de pessoa sou?
> Tímido, simpático, divertido.

- Qual é o meu estilo sexual?
> Suave, doce, húmido.

- Em que mundo vivo?
> O mundo de um romântico, de uma criança, de mistério, de um jogador.

- O que é que os meus olhos revelam sobre mim?
> Misterioso, olhos cheios de sofrimento, olhos de diamante.

- Que herói de acção seria?
> Batman, Lara Croft, Indiana Jones, William Wallace, Spiderman.

- Que criatura mitológica seria?
> Fada, sereia, demónio.

- Por que partes do corpo me sinto atraído?
> Cara, mamas, barriga.

- Que terrível assassino seria?
> Jigsaw, Pinhead, Hannibal Lecter.

- De que cor é o meu coração?
> Azul, amarelo, cor-de-rosa, vermelho.

- Como sou eu relativamente ao sexo?
> Apaixonado/húmido; tímido/doce; excitante/exótico; quente/teso.

Os resultados são surpreendentes, até para mim, em alguns casos. De qualquer forma, não sei até que ponto se pode levar isto a sério. Mas achei piada e decidi partilhar isto com os meus escassos leitores.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Ganda Camacho!

Após muita ponderação, achei que não podia deixar passar em branco o regresso de Camacho ao Benfica. Fernando Santos já se foi e não deixa saudades. Camacho regressou para voltar a unir os benfiquistas em torno da equipa e para nos permitir voltar a sonhar.

Obrigado, Nuno Gomes. Força Benfica!

sábado, 18 de agosto de 2007

Dominique

Uma alvorada dominical
Naquela noite sombria
Fez surgir no horizonte
O íntimo de uma flor
Numa orgia dos sentidos,
Num festim sem sentido.
Aos olhos de Satanás
Num refúgio leonino
Jóias que adornam a mais preciosa
Das relíquias sagradas,
Um templo eroticamente revelado
Por entre as curvas do inesgotável desejo.
O odor refrescante da noite escura
Desperta a loucura dos mais sãos
E faz jorrar pela madrugada
Um grito de liberdade e prazer
Contido apenas pelo silêncio
Que ensurdece quem o absorve.
Ao doce toque do deleite
A melancolia da paixão
Por entre carícias teatrais
Que inundam a pele de pura seda
De um corpo pleno de calor
E da brisa que passa pela manhã.
Percorro-te toda como se fosses minha
Mas não te chego a provar
Pois a mão que te procura com ternura
É a mesma que vacila de luxúria
E agradece sem pudor
Ao vil metal que te ilumina.

domingo, 12 de agosto de 2007

Nota explicativa sobre as alucinações

Relativamente à trilogia de alucinações que partilhei convosco, queria tecer alguns comentários, correndo o risco de me armar em Lauro Dérmio. As referidas alucinações ocorreram mesmo, dentro da minha cabeça, naquele episódio dos calções que já aqui relatei, em São Pedro de Moel. A intensidade da música, o sol, entre outros factores, contribuíram para esta amálgama de sensações. Querem alucinar como eu? Comecem por ouvir o álbum The Principle Of Evil Made Flesh, dos Cradle Of Filth. Garanto que é um bom começo…

Alucinação III

A bela donzela detém-se subitamente, ao observar no horizonte o bravo guerreiro. O seu coração palpita, a sua respiração torna-se ofegante e começa a correr desenfreadamente para o seu amado. A corrida parece interminável, apesar das escassas dezenas de metros que os separam. O guerreiro aguarda de braços abertos. A donzela chega junto dele e tenta abraçá-lo com inimaginável avidez. Mas era só uma miragem… A imagem desvanece, e o branco da paisagem começa a transformar-se. Tons de púrpura dominam agora o horizonte, relâmpagos iluminam bruscamente o cenário agora ameaçador, fazendo-se a fúria divina ouvir através de ensurdecedores trovões. Chamas infernais avançam para a apavorada donzela, surge um casulo de fogo que a absorve sem qualquer resistência. O casulo retoma então o seu lugar na demoníaca geometria tridimensional. A donzela vê assim cumprida a punição celestial pelo seu pecado, por ter sucumbido ao desejo.

A ordem infernal encontra-se então reposta. Os casulos de fogo, consumidores de almas pecaminosas, dominam o espaço em todas as suas dimensões. Todavia, uma súbita e insólita energia parece irromper agora de dois casulos afastados e aparentemente não relacionados. A nova força cria um magnetismo poderosíssimo, à medida que dois focos de luz branca se aproximam, irradiando dos dois casulos e quebrando o equilíbrio entre o vermelho do fogo e o negro das trevas profundas. Tudo é destruído à sua passagem e assim que os dois focos de luz se encontram forma-se um corredor luminoso entre os dois casulos, agora já não de fogo, mas de uma alva luminosidade intensa. No seu interior distinguem-se já dois corpos, o guerreiro e a donzela. E à medida que se aproximam, os dois corpos ganham vida. A união completa-se então num beijo que envergonha a eternidade. E à sua volta tudo rui: todos os casulos são consumidos pela luz branca e o Inferno torna-se apenas uma lembrança do passado. Um festival de relâmpagos e trovões anuncia também o colapso do Paraíso, enquanto os dois amantes permanecem indiferentes no seu beijo.

Uma inversão no tempo e no espaço fez retornar os apaixonados destruidores do equilíbrio milenar entre Inferno e Paraíso à sua origem. E eles regressaram ao seu reino longínquo, no meio das montanhas, a um período de paz e harmonia, anterior à guerra que tanta devastação causara e que os conduzira à grande viagem pelo Inferno e pelo Paraíso. E viveram felizes para sempre, sabendo que não mais voltariam a ter que fazer a grande viagem…

terça-feira, 7 de agosto de 2007

C(s)em visitantes

Já agora, permitam-me uma nota de regozijo pelo facto de ter ultrapassado os 100 visitantes neste blog. Noiva é que nem vê-la…

Alucinação II

Uma donzela caminha, maravilhada, entre as nuvens. À sua volta, o branco suave e intangível confunde-se com a alvura do seu vestido de seda. Contempla a tranquilidade que a envolve, enquanto o cenário se vai transformando lentamente, ao ritmo da sua marcha. A elegância do seu corpo, generosamente torneado pelas finas vestes, sobrepõe-se à beleza do meio que a circunda. Pequenas luzes emergem das nuvens e transforma o horizonte numa manta de pontos luminosos. Tudo é branco, incluindo as luzes. A metamorfose do branco, dentro do branco, continua. Tímidas alterações de cenário, mantendo as nuvens e os pontos luminosos como fundo, acentuam a extasiante monotonia. A donzela continua a desfilar, deslumbrada mas também triste, segura mas também melancólica, tranquila mas também só. Percorre o Paraíso.

domingo, 5 de agosto de 2007

Alucinação I

Um bravo guerreiro medieval, armado com a sua espada e o seu escudo, detém-se perante a entrada de uma caverna. Reina a escuridão no interior e no exterior. Da caverna vem um calor que coloca à prova a coragem do homem, que a custo decide avançar, hesitante. Imediatamente se vê cercado por labaredas de fogo. Continua a avançar, protegendo-se com o escudo. À sua volta, as chamas enlaçam-se geometricamente. Figuras de rara beleza, provocadas pelo cenário flamejante, inspiram-lhe sentimentos de medo e de fascínio. Subitamente da tranquilidade emerge a tempestade, as chamas crescem e cercam-no novamente, desta vez de forma ainda mais ameaçadora. O bravo cavaleiro tenta lutar, mas a sua batalha é inglória. As chamas envolvem-no. Surge de súbito um casulo de chamas vindo do alto que absorve o impotente guerreiro. O casulo recolhe então ao seu lugar, e todo o horizonte está repleto de casulos idênticos, geometricamente arrumados num plano imenso. E muitos são os planos de casulos que surgem empilhados, ordenadamente, como se o caos fosse inexistente. Eis o Inferno.